Pe. J. B. Libanio, sj

A pergunta permite dois caminhos de resposta. Por que entrei na Companhia de Jesus? Então remontamos aos inícios. Ou por que sou até hoje jesuíta? Focaliza-se a história. Restrinjo-me à segunda. Já levo mais de 60 anos na Companhia de Jesus. Anos suficientes para testar a vocação. Honestamente me sinto feliz como jesuíta. O olhar dos acontecimentos me enche de alegria. A história mostrou-se generosa comigo. Conheci vários tipos de formação. De nenhuma conservo feridas. Primeiro bloco de experiências: os anos de Brasil na fase de formação. Luzes: um mestre de noviços equilibrado, culto, formado em Lyon, na França, ao lado de luminares da teologia europeia.Trabalhador incansável. Passou-nos o sentido de humanidade e saber aproveitar o tempo. Juniorado: contacto com o mundo da literatura. Abriu-me para o gosto de ler e escrever, caprichando na linguagem. Filosofia: a esplendorosa personalidade do Padre Vaz: liberdade e curiosidade intelectual ao lado de capacidade crítica. Magistério: mergulho no mundo da realidade do colégio. Os limites ficaram por conta de horizonte ainda fechado e legalista. Europa: a Alemanha rasgou-me o véu para o mundo sem mais pela via da inteligência e das relações. Roma: experiência enriquecedora do Pio Brasileiro e de ter convivido com o homem mais livre que conheci: Pe. Oscar Müller. De volta ao Brasil: trabalho com a juventude, docência e vida pastoral, especialmente em Vespasiano. Tanta variedade me fez viver até hoje como jesuíta, bem alimentado na inteligência e no coração.

Fonte: Portal Jesuítas do Brasil