Aspectos tecnológicos do conjunto lítico do Litoral Central Catarinense: tapera e base aérea, um estudo de caso

Aspectos tecnológicos do conjunto lítico do Litoral Central Catarinense: tapera e base aérea, um estudo de caso.

Tese de Doutorado de Tânia Tomázia do Nascimento

 

 

capaA presente tese tem como temática de estudo os aspectos tecnológicos de conjuntos líticos, tendo como base de análise os vestígios provenientes de dois acampamentos conchíferos: sítio Tapera e Base Aérea, localizados na Ilha de Santa Catarina, situada no litoral central catarinense, Brasil. A partir da presente temática, abordar-se-ão aspectos relacionados a um conjunto lítico holocênico, pertencentes a sítios cujas datações giram em torno de 1140 AP a 550 AP, associados à segunda e à terceira leva populacional a habitarem a região catarinense. Os sítios Tapera e Base Aérea foram escavados pelo Pe João Alfredo Rohr entre 1958 e 1966, encontrando-se a guarda dos vestígios aqui analisados sob a tutela do Museu do Homem do Sambaqui “Padre João Alfredo Rohr” S.J, no Colégio Catarinense, na Ilha de Santa Catarina. Tendo como principal indicativo as cerâmicas, o sítio Tapera foi associado às tradições Taquara – Itararé e Guarani, enquanto o sítio Base Aérea, também se utilizando como referência à cerâmica, foi associado à tradição Taquara – Itararé. A seleção destes sítios deu-se pela representatividade do sítio Tapera, caracterizado como acampamento conchífero, e por sua amostragem substancial de material lítico, bem como a sua possível ligação ao sítio Base Aérea, cuja proximidade territorial e correlação material, a priori, poderiam gerar uma frutífera fonte comparativa. No total foram avaliadas 3557 peças líticas no sítio Tapera e 303 no sítio Base Aérea. A ferramenta conceitual utilizada para compreensão do conjunto lítico analisado foi o conceito de cadeia operatória, especialmente a partir do viés de investigação dos atributos ou análise macroscópica dos estigmas diagnósticos.Sem Título-2

 

2018-02-23T22:28:13+00:00agosto 24th, 2016|

Entrega da medalha Mérito Cultural Cruz e Sousa em homenagem póstuma a Pe. João Alfredo Rohr

A noite de ontem (23 de novembro) foi de homenagens no Centro Integrado de Cultura, durante a entrega da medalha Mérito Cultural Cruz e Sousa. No total, sete pessoas e entidades com relevante contribuição ao patrimônio artístico e cultural catarinense receberam a premiação em 2015, como a artista plástica Lygia Helena Roussenq Neves e a Escola Municipal de Ballet da Casa da Cultura Fausto Rocha Júnior, de Joinville. Os outro cinco homenageados, estes de forma póstuma, foram o cineasta Penna Filho; Adolfo Boos Jr., escritos catarinense; os músicos da família Sousa – José Brasilício, Álvaro e Abelardo; o jornalista, historiador e advogado José Arthur Boiteux, e o padre jesuíta, professor e arqueólogo João Alfredo Rohr. O Diretor-geral do Colégio Catarinense, Afonso Luiz Silva, representou a comunidade escolar e os jesuítas na homenagem póstuma ao Pe. Rohr.

O Pe. João Alfredo Rohr, como ficou conhecido, nasceu em 1908, em Arroio do Meio, no Vale do Rio Taquari, à beira da Serra Gaúcha, em uma comunidade formada por descendentes de alemães luteranos e católicos. No seminário, Rohr realizou seus estudos ginasiais, tendo como professores e orientadores padres e irmãos jesuítas, em sua maioria, advindos da Alemanha. Após sua admissão como noviço, Rohr lecionou Filosofia Clássica durante três anos, em São Leopoldo, no Seminário Provincial de Nossa Senhora da Conceição, que, administrado pelos jesuítas, formava candidatos ao sacerdócio pertencentes a diversas congregações religiosas e dioceses do Sul do Brasil.      De 1933 a 1936, deu aulas ao nível ginasial, nesse mesmo seminário, de Aritmética, História Natural e Italiano. Consta dessa época sua primeira experiência como administrador de um museu de colégio jesuíta, que combinava gabinetes e laboratórios de Física, Química, Astronomia e História Natural. De 1930 a 1936, Rohr também escreveu oito pequenos artigos sobre temas de História Natural, os quais foram publicados na revista do Colégio Anchieta, de Porto Alegre. De 1937 a 1940, Rohr fez seus estudos teológicos e, em 1939, foi ordenado sacerdote.

Aos 33 anos, o Pe. Rohr foi enviado para trabalhar no Colégio Catarinense, em Florianópolis, administrado pelos padres jesuítas e fundado em 1905. De 1942 a 1964, lecionou Física, Química e Ciências Naturais, e, em decorrência de suas atividades pedagógicas, assumiu e ampliou o museu já existente no Colégio. De 1946 a 1953, foi reitor da comunidade dos jesuítas de Florianópolis, diretor-geral do Colégio Catarinense e presidente do Sindicato de Estabelecimentos de Ensino Primário e Secundário de Santa Catarina. Nesse período, empreendeu obras de ampliação e reforma do Colégio e garantiu a construção de uma casa de retiros.

Com os jesuítas, muitas áreas do conhecimento foram aprofundadas, destacando-se a Arqueologia. Como ciência que estuda a sociedade humana do passado por meio de elementos materiais, a Arqueologia contou com João Alfredo Rohr como um dos pesquisadores mais ilustres de Santa Catarina. Com ele, foi edificada uma das maiores pesquisas arqueológicas do Brasil, a partir da qual foi criado o Museu do Homem do Sambaqui.

Uma história de amor aos estudos conduziu João Alfredo Rohr a descobertas que deixaram um legado de informações à sociedade sobre o passado de nossos ancestrais catarinenses. No caminho de João Alfredo Rohr, “uma pedra” fez muita diferença.

Sob um olhar investigativo, ele arregaçou as mangas e, como um verdadeiro desbravador, adentrou nas pesquisas do passado por meio de materiais encontrados no território catarinense, constituído de sambaquis. Tal ação enriqueceu a pesquisa arqueológica, e hoje, todas as descobertas desse estudioso estão disponíveis no Museu do Homem do Sambaqui.

Os jesuítas e a comunidade educativa do Colégio Catarinense agradecem à Fundação Catarinense de Cultura e ao Conselho Estadual de Cultura pelo reconhecimento e pela justa homenagem ao Padre Rohr.

 

 

2018-02-23T22:28:42+00:00novembro 24th, 2015|

Homem do Sambaqui na web

Homem do Sambaqui na web

Os museus são guardiões do patrimônio histórico e cultural de um povo. Para avançar na missão de propagar este valor, entram na era virtual, proporcionando visitas e pesquisas especiais na web. Seguindo este diálogo com a tecnologia, o Museu do Homem do Sambaqui chegou à internet para propagar seu vasto material histórico educativo e acadêmico. Todos os que visitam o Museu aprendem, conhecem um pouco do homem do sambaqui, como ele vivia, convivia e sobrevivia naqueles remotos tempos.

Agora, é possível viajar, em apenas alguns cliques, aos longínquos tempos, há mais de quatro mil anos atrás, e conhecer as descobertas realizadas pelo padre e pesquisador jesuíta João Alfredo Rohr,SJ. Basta acessar: www.museudohomemdosambaqui.com.br

O Museu Homem do Sambaqui está localizado no prédio do Colégio Catarinense, Centro de Florianópolis, e é aberto à visitação. Escolas e grupos fechados podem agendar a visita orientada pelo telefone 3251-1516 (das 13h30min às 17h30min)

Padre João Alfredo Rhor, SJ, vida e missão no Colégio Catarinense

Padre João Alfredo Rhor, SJ, nasceu no Rio Grande do Sul e ingressou na Companhia de Jesus no dia 28 de fevereiro de 1927, em Pareci Novo, RS. Estudou filosofia e teologia. Foi ordenado sacerdote por Dom João Becker no dia 30 de novembro de 1939, na Catedral de Porto Alegre, RS. Os últimos votos religiosos na Companhia de Jesus foram feitos no dia 15 de agosto de 1942, em Florianópolis, SC.

Foi professor do Colégio Catarinense nos primeiros anos em que esteve nesta instituição (1942-1945). Depois, foi Reitor (1946-1952) e novamente professor (1953-1964). A partir de 1957, dedicou-se às pesquisas arqueológicas e em 1965 foi Diretor do Museu do Colégio Catarinense, hoje Museu do Homem do Sambaqui.

Faleceu de câncer no dia 21 de julho de 1984, no Colégio Catarinense. Tinha 75 anos de idade e 57 como jesuíta. Alguns religiosos ficam, por um período breve, nos lugares aos quais são enviados. O Pe. João Alfredo Rohr, porém, passou os 42 anos de sua vida de jesuíta formado em Florianópolis, SC, nunca sendo transferido.

2018-02-23T22:37:14+00:00setembro 8th, 2011|
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