O pai esperava ansioso pela chegada do filho, enquanto a mãe estava em trabalho de parto. A maternidade Carmela Dutra era a 13ª instituição que o projeto voluntário Cantando o Natal visitava naquela quarta-feira, 21 de dezembro de 2011.

No momento em que recebia um cartão de Natal de uma das voluntárias, Valdemir José Pereira disse que foi abençoado. A irmã Ana Maria chegava avisando que João Manoel acabara de nascer, e a música cantada naquele momento era “Então é Natal”, de John Lennon e Yoko Ono, versão de Cláudio Rabello.

Dizem que a música lava a alma, revigora o espírito e inspira a alegria. Com sol ou chuva, o coral se fez presente em hospitais, creches e asilos, totalizando 14 instituições. Foram 200 voluntários que se revezaram durante cinco dias para transmitir o verdadeiro espírito de Natal.

A funcionária do setor de nutrição da maternidade Carmela Dutra, Bernadete Silva, que trabalha há mais de 17 anos na instituição, disse que o coral transmite paz, quando canta, e, ainda, que todo ano fica aguardando as músicas de Natal.

Para Sinésio Fernandes, coordenador do projeto há seis anos, o motivo que o leva a fazer este trabalho voluntário todos os anos é apenas um: espalhar o espírito natalino.

“Espírito de Natal é dar atenção, carinho, uma palavra”, diz Marisa Prass, funcionária do Hospital Celso Ramos. Ela saiu do setor em que trabalhava para acompanhar o coral por alguns andares do hospital. Para ela, isso significa passar pelas pessoas e olhá-las nos olhos, dar um bom dia, parar para conversar. “A importância do trabalho do coral é tão grande… Tem gente, aqui, que nunca recebeu uma visita, e a música leva esperança, alegria.”, revelou Marisa.

Joelma Martendal e Hivellyse Rodrigues participaram pela primeira vez e falaram que foi uma experiência única. Segundo as coristas voluntárias, foi fácil cantar as músicas devido aos ensaios antes das apresentações e ao apoio de voluntários mais antigos que sempre ajudavam na hora de acertar o tom da música ou mesmo lembrar a letra da canção. Já Simone Aparecida Schmitz, ex-aluna do Colégio Catarinense, que se formou em 2009, falou que é o 4º ano que participa do Cantando o Natal e que ele já faz parte da rotina de final de ano.

Bruna Lobo e Priscila da Costa, formandas de 2011 do Colégio Catarinense, falaram da emoção que sentiram: “O Cepon foi o lugar que mais foi difícil de cantar. Muita emoção com tudo o que a gente via…”, afirmou Priscila.

O encerramento do Cantando o Natal de 2011 se deu em uma confraternização na capela do Colégio Catarinense, com a presença do Diretor, Padre Mario, SJ, que agradeceu a iniciativa, a disposição e o trabalho voluntariado do coral Cantando o Natal. “Ver todos os setores, de alguma forma, sendo representados, foi gratificante. Alunos, funcionários, pais de alunos, ex-alunos, todos… Que esse desejo de paz, esperança e alegria que vocês levaram a essas 14 instituições venha em dobro para vocês em 2012”.

Fica, então, o convite para quem quiser participar do coral ano que vem. Não precisa ser cantor, apenas ter vontade para se doar um pouquinho…

Texto: Farah Diba Albuquerque