História

A presença dos Jesuítas na Ilha de Santa Catarina

Data de 1553 o primeiro registro da passagem jesuíta por Santa Catarina, quando da visita do Pe. Leonardo Nunes a Laguna e a Desterro. Anos depois, em 1751, a pedido de Dom João I, estabeleceu-se na Vila de Desterro, onde atualmente se encontra o prédio dos Correios, uma instituição educacional que dava formação catequética e intelectual aos filhos dos colonos açorianos.

Durante nove anos o Colégio cresceu,

chegando a contar com cinquenta alunos, até que, por decreto do Marquês de Pombal, em 3 de setembro de 1759, os religiosos da Companhia de Jesus foram expulsos de Portugal e de seus domínios, fazendo com que os jesuítas da Vila de Desterro tivessem que abandonar a obra. Por isso, ao considerarmos a presença da Companhia de Jesus na Ilha desde a fundação do primeiro colégio, em 1751, verificamos que há 264 anos de história e contribuição jesuíta em nosso Estado.

Em 1844, após a Restauração da Companhia de Jesus,

vindos da Argentina, os jesuítas se instalaram novamente na Ilha, e em 25 de setembro de 1845 reabriram o colégio, contando, na ocasião, com trinta alunos. Por não haver outro prédio disponível, o edifício da Câmara Provincial foi ocupado durante um período de três anos, após os quais se deu sua transferência para onde se localiza a Praça Getúlio Vargas. Nesse período, o colégio recebia alunos para o internato, mas, em 1854, devido à Febre Amarela, os religiosos foram forçados a se retirarem mais uma vez, já que mais da metade deles havia sido vitimada pela doença.

1918 – Batalhão ginasial em marcha

1924 – Construção do edifício principal

1931 – Time da Segunda Divisão

Em fevereiro de 1865, iniciou-se a terceira tentativa

de estabelecer um colégio jesuíta em Desterro. Instalado no mesmo lugar do anterior, junto à atual Praça Getúlio Vargas, nasceu o Colégio do Santíssimo Salvador, que em seu primeiro ano chegou a contar com cento e dez alunos. Porém, uma vez que os padres haviam começado a se estabelecer em Desterro por contrato com o governo, formado, na época, pelo Partido Liberal, tornou-se inviável a existência do colégio quando o governo da Província foi assumido pelo Partido Conservador, que se empenhou em desfazer tudo o que seus antecessores haviam criado. Dessa forma, cresceu a animosidade em relação aos jesuítas, e em 21 de março de 1871 o contrato com o governo foi rescindido.

O Colégio Catarinense

Em meados de 1905, a pedido

do então governador do Estado de Santa Catarina, Coronel Vidal de Oliveira Ramos, os jesuítas retornaram a Nossa Senhora do Desterro, com o objetivo de organizar um colégio. Assim, oficialmente criado pela Lei Estadual nº 669, em 30 de agosto de 1905, nasceu o Ginásio Santa Catarina, que, por contrato firmado em 04 de novembro de 1905 entre o governador do Estado e a Companhia de Jesus/Sociedade Antônio Vieira (SAV), iniciou as suas atividades letivas em 15 de março de 1906. Em 1918, o Ginásio Santa Catarina foi equiparado ao Colégio Pedro II, em conformidade com o Art. 20 do Decreto nº 11.530, de 18 de março de 1915. Finalmente, cumprindo o que determinava o Decreto nº 4.245, de 9 de abril de 1942, o Ginásio passou a chamar-se Colégio Catarinense, reconhecido pelo Decreto Presidencial nº 11.235, de 6 de janeiro de 1943.

Desde sua fundação até 1963,

o Colégio abrigava alunos que vinham de outras cidades e os acolhia em período integral, no regime de internato. Em 1970, em conformidade com a legislação em vigor, a frequência, até então exclusivamente masculina, passou a ser mista. Dois anos depois, o Colégio foi integrado ao Sistema Estadual de Ensino pela Lei 4.394/64 e pela Lei Federal (LDB) nº 5.692/71. O Plano Curricular do 1º Grau foi aprovado pelo Parecer nº 165/72, do Conselho Estadual de Educação, e o Plano Curricular do 2º Grau pelo Parecer nº 138/72, do mesmo colegiado.

Em contínua inovação,

em 1998, o Colégio Catarinense criou um projeto específico, voltado para atender a um significativo número de alunos carentes de Florianópolis, oferecendo bolsas de estudos integrais para o Ensino Médio. Nos dias de hoje, participam desse projeto 422 alunos. Já em 1999, o Colégio voltou especial atenção aos pequeninos, estendendo suas atividades para o Primeiro Ciclo do Ensino Fundamental (1ª a 4ª séries) e também para a Classe de Iniciação à Alfabetização. Em 2000, foram abertas as turmas da Educação Infantil (CEI I e CEI II). Finalmente, seguindo as orientações do Conselho Estadual de Educação e do Sindicato das Escolas Particulares, em 2006, o Colégio iniciou o Ensino Fundamental de nove anos, em conformidade com a Legislação Federal.

1906 – Primeiro Diretor Pe. Norberto Ploes

1909 – alunos

1948 – Comunidade Reliogiosa

No intuito de garantir a excelência acadêmica e humana,

o Colégio Catarinense tem buscado contínua atualização docente e funcional. Fazendo jus ao legado de mais de quatro séculos dedicados à educação de crianças, jovens e adultos, o Colégio criou o Turno Integral em 2014, atendendo inicialmente a vinte e sete crianças do Infantil ao 3º ano do Ensino Fundamental I; em 2015, ampliou-se a oferta até o 5º ano, totalizando, neste ano, 46 alunos, matriculados nos diferentes anos em que o Integral é oferecido.

Nesse processo de constante inovação e renovação,

temos conservado estruturas físicas propícias ao ensino, modernizado os laboratórios e climatizado as salas de aulas, além de manter espaços para atividades de imersão, como o Pinheiral e a Lagoa do Peri. Atualmente, estudam, no Colégio Catarinense, aproximadamente 1900 alunos, nos diferentes ciclos de ensino. Além disso, um número significativo participa de atividades culturais e esportivas no contraturno escolar, destacando-se as atividades complementares.

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