O tema era Violência Urbana. E os alunos do 7º ano, juntamente com o professor de Geografia, Rafael José de Souza, decidiram falar sobre isso na Feira Científico-Cultural 2012. “A violência urbana fazia parte do tema a ser trabalhado, mas não queríamos abordar algo distante da nossa realidade, resolvemos escolher um assunto próximo para construir uma cultura de paz junto com o Colégio Catarinense. Elaboramos um abaixo-assinado com um manifesto a ser entregue ao governador, com o objetivo de construir um núcleo no colégio para construir essa paz”, revela o professor, que também abordou a violência como algo maior, que está presente no trânsito, ao redor do colégio, em casa, nos lares.
Durante a feira, várias pessoas pararam para analisar os dados apresentados pelos alunos. “Cada um desses 195 alfinetes colocados no mapa representa um assalto, num espaço de 10 mil metros quadrados. Foram 1.200 alunos entrevistados e, com o apoio da coordenação, um banner foi plotado com o desenho das ruas próximas ao Colégio. Os alunos do 7º ano foram os responsáveis pela aplicação da pesquisa e o resultado foi que, de cada 5 alunos, um já havia sido assaltado”, revelou o professor e coordenador do projeto, Rafael.
“Quando um aluno é assaltado, o primeiro lugar em que o pai procura é o Colégio, o coordenador. Conversando com o professor Rafael, tivemos a ideia de compartilhar essa informação, mas de uma maneira diferente, dessa vez cartográfica, pois o impacto é maior”, disse Humberto Luiz Sobierajski, coordenador da Unidade de Ensino Fundamental II.
Uma das presenças marcantes no estande foi a do Secretário de Segurança Pública e Defesa do Cidadão, o Tenente Coronel, Hamilton Pacheco da Rosa. Ele compartilhou sua esperança por uma comunicação mais eficiente entre a comunidade e os órgãos de segurança. “A participação do cidadão é algo que tem de ser trabalhado pela família e pela escola. Eu oriento meus filhos, pois existem cuidados que devem ser tomados. Outro ponto importante é que a comunidade deve participar mais, se organizar e apresentar o que precisa, em termos de segurança, para o seu bairro nas reuniões do CONSEG. Quando existem políticas públicas para ouvir a população, se espera que exista a participação, o que não ocorre normalmente. Atitudes como a dos alunos do Colégio Catarinense demonstram que a instituição prepara cidadãos comprometidos com a sua própria realidade”, afirmou.
Durante a visita ao estande dos alunos do 7º ano, o secretário falou que é preciso haver um incentivo à cultura de participação no governo. Reforçou que Segurança Pública não é caso de polícia, é também de polícia, mas as pessoas precisam se organizar, discutir e pensar o que seria melhor para sua proteção individual, para sua família e para seu bairro. “A prevenção tem de ter a participação da população”, falou o secretário.
Ao final da visita, reforçou-se a criação do “Conselho de Segurança Comunitário das Escolas”, que seria composto por 1 diretor, 3 professores, 3 pais de alunos e 3 alunos.

Para o Secretário Municipal de Segurança e Defesa do Cidadão, o Tenente Coronel PM Hamilton Pacheco da Rosa, e Presidente do CONSEM, “são 10 pessoas pensando proativamente na segurança, e essa atitude prática, que busca combater a violência, é uma das suas metas. A cidadania não é esperar tudo dos governantes. É também se colocar à disposição para ajudar, para transformar, querer verdadeiramente ajudar a sociedade. O conceito prático de cidadania é justamente o resultado de tudo que está acontecendo ao redor do colégio, registrado por esses alunos. Esse documento com dados sobre a realidade que cerca o colégio, juntamente com a relação de medidas que a comunidade educativa espera que sejam tomadas, apenas demonstra a importância da participação do cidadão”.