Os estudantes do 8º ano do Colégio Catarinense participaram, nesta segunda-feira, 19 de maio, de mais uma edição da palestra Desconstruindo o racismo, conduzida pela professora e ativista do movimento negro Moseli Romana. A atividade foi promovida pelo Serviço de Orientação de Aprendizagem (SOA) como parte das ações pedagógicas voltadas à formação cidadã e ao fortalecimento de valores como o respeito, a empatia e a justiça social.
Graduada em Pedagogia, Biologia e Gestão Ambiental, com especializações em diversas áreas da educação e das ciências humanas, Moseli é mestre em Ambiente e Sustentabilidade e atua como docente nos anos finais da Rede Municipal de Ensino de Florianópolis. Reconhecida por sua atuação na luta por equidade racial e inclusão, ela retornou ao Colégio Catarinense pela terceira vez, aprofundando o diálogo com os jovens.
Nesta edição, a palestrante abordou o racismo estrutural no Brasil, destacando como ele está enraizado nas instituições e nas formas como a sociedade opera. “O racismo não é apenas fruto de atitudes individuais ou casos isolados — ele está estruturado nas instituições e na forma como a sociedade opera até hoje. Quando tudo ocorre ‘dentro da normalidade’, sem rupturas, o resultado tende a ser racismo. É isso que precisamos aprender a identificar”, explicou Moseli.
A fala também provocou os estudantes a pensarem em atitudes antirracistas no dia a dia. “Valorizar estéticas negras, não rir de piadas racistas, reconhecer privilégios, usar as redes sociais para conscientizar: tudo isso está ao alcance dos adolescentes. É nas escolhas diárias que começa a mudança”, reforçou.
Ao final do encontro, estudantes expressaram como a palestra impactou sua forma de pensar. Para Antônia Carreirão de Menezes, do 8º ano B, a escuta atenta gerou um alerta importante. “Eu achei muito boa a palestra, fez a gente abrir os olhos, né? Porque muita gente, às vezes, nem percebe que está sendo racista. Com a nossa idade, a gente não percebe algumas coisas, e isso serviu mesmo para abrir os olhos”, explicou. Segundo ela, o aprendizado já começa a refletir nas atitudes cotidianas: “quando alguém fizer algum comentário sobre uma pessoa negra ou de qualquer etnia, eu quero chamar a atenção, mostrar que o comentário não é legal”.
Laura Lueh, também do 8º B, ressaltou a abrangência do conteúdo apresentado: “a palestrante explica vários âmbitos da vida, mostra os locais onde as pessoas negras estão e onde ainda não são aceitas, o conteúdo histórico e o atual. Então, ela mostra o que a gente vive, o que viveram e o que pode vir pela frente”, resumiu. Sobre o que leva para a vida, Laura concluiu: “aprendi a olhar com mais atenção para como outras pessoas podem se sentir, e como a gente pode ajudar a explicar isso para quem ainda não percebe”.
A palestra integrou o calendário de atividades formativas do Colégio Catarinense, que ao longo do ano promove encontros sobre temas como bullying, diversidade, projeto de vida e ética nas relações.