À medida que se aproxima a solenidade de Pentecostes, a Igreja Santa Catarina de Alexandria, do Colégio Catarinense, foi tomada pelos tons do vermelho litúrgico – cor do fogo, do martírio e da força transformadora do Espírito Santo. Na noite da quarta-feira, 4 de junho, a comunidade educativa, com a participação também de catequizandos que receberão o Sacramento da Crisma no próximo dia 14, reuniu-se para o Lucernário de Pentecostes.
A celebração teve início com um significativo canto de acolhida, um clamor pela presença do Espírito: “Tu és fonte de vida, Tu és fogo, Tu és amor”. Enquanto a assembleia entoava cantos de súplica, os acólitos acendiam, a partir do Círio Pascal, as velas do presbitério e de todos os presentes, simbolizando a luz da fé que dissipa as trevas e prepara os corações para acolher a Palavra.
As leituras bíblicas conduziram a assembleia a reconhecer a presença fiel de Deus na história da salvação. O Gênesis (1,26–31; 2,15–25) recordou que o ser humano foi criado à imagem e semelhança do Criador; o Êxodo (19,1–8) renovou o chamado à escuta da Palavra e à fidelidade à aliança. O salmo 103 exultou a ação vivificadora do Espírito que renova toda a Criação. No Evangelho de João (20,19–23), proclamado após a aclamação, o sopro do Ressuscitado comunica o Espírito e confia a seus seguidores o dom das misericórdias e da reconciliação.
Em sua meditação, o Diretor-geral do Colégio e reitor da igreja, Pe. Eduardo Roberto Severino, SJ, destacou que a dignidade humana nasce da criação à imagem e semelhança de Deus. À luz das Escrituras, recordou que Jesus Cristo é a perfeita imagem do filho que somos chamados a ser. Os dons concedidos por Ele – a paz que Ele oferece, o dom das misericórdias – configuram de tal maneira nossa vida de seguidores, que vamos sendo transformados em filhos e filhas no Filho. Essa configuração interior é obra do Espírito, cuja vinda celebramos liturgicamente na Solenidade de Pentecostes.
O rito foi marcado por cânticos de Taizé, salmos entoados em forma de louvor e rica simbologia luminosa, conduzindo a assembleia a um ambiente de escuta e contemplação do mistério e de si mesma, enquanto assembleia santa e povo sacerdotal (Ex 19, 6). Ao final, a comunidade foi enviada com a bênção solene, fortalecida pela certeza da presença do Espírito Santo que renova a face da Terra e anima a missão dos que caminham na luz do Ressuscitado.