De 19 a 21 de agosto, educadores inacianos participam do XI Encontro de Obras Educacionais da Província Brasil Meridional da Companhia de Jesus. O evento, que acontece em São Leopoldo, reúne cerca de 150 pessoas, sendo 40 do Colégio Catarinense. O objetivo é debater o documento mundial dos jesuítas “Curar um Mundo Ferido”.

Na noite de abertura, Padre Mário Sündermann, SJ, diretor do Colégio Catarinense e coordenador da Comissão de Educação da Província, ressaltou a importância do trabalho em rede e a necessidade de as questões ambientais permearem a prática pedagógica nos colégios jesuítas. “Este é um momento para refletirmos e construirmos juntos como rede jesuíta. Neste documento, a Companhia de Jesus nos convida a revermos nossas práticas cotidianas que devem ser sustentáveis”.
Padre José Roque Junges, SJ, apresentou o documento e as reflexões sobre questões ambientais para uma sociedade ecologicamente orientada: “a Companhia passa a destacar o cuidado ecológico como parte da missão. Além disto, precisamos repensar o consumo e alertar que a economia tem seu limite no meio ambiente”.

No segundo dia do evento, os colégios apresentaram os cenários regionais de cada estado, os desafios do desenvolvimento não sustentável e possíveis caminhos de mudança. Padre José Ivo Follmann, SJ, abordou as recomendações do documento “Curar um Mundo Ferido”, citando como exemplo o empenho das obras em enfrentarem a crise ambiental que afeta drasticamente os pobres, marginalizados e povos indígenas.

No período da tarde, o professor Carlos Walter Porto-Gonçalves conduziu uma grande abordagem sobre a crise do cenário global e a necessidade de estabelecer novos paradigmas. “Estamos na era da crise do conhecimento, e os paradigmas não caem do céu, mas são fruto de processo histórico lento. Os paradigmas são fruto da sociedade. Separação entre a natureza e o humano é o paradigma central da crise do século XXI. É preciso perceber espaços em que novos paradigmas começam a se estabelecer.Tem de sair da academia e chegar perto da vida”, destaca  Carlos Walter, que deixa seu recado final: “É sagrado colocarem a questão ambiental no fazer pedagógico. É refletir o cerne da crise civilizatória.”

O encontro vai até terça-feira e, ao final, os participantes deverão firmar a “Carta de São Leopoldo”, com indicativos de ações ecológicas.