2Durante o IV Congresso da ANEC, realizado em Belo Horizonte, no último mês de julho, educadores de instituições católicas que participaram do fórum de debates do Congresso tiveram a oportunidade de conhecer parte da pesquisa de doutorado do professor Guilherme Simões de Castro, que estuda a “Etnomusicologia: estratégias na relação escolar, sociedade e ambiente”. O trabalho foi um dos um dos selecionados para o Fórum, na temática de “Processos Pedagógicos Inovadores”.

Sem Título-3A pesquisa do professor Guilherme vem sendo desenvolvida há pelo menos seis anos e, para complementá-la, ele já atravessou o Atlântico Norte, buscando em terras espanholas e portuguesas parte da história sobre a relação entre a música, a sociedade e o meio ambiente. O acervo do Museu da Música, na urbe lusitana, e o Real Conservatório Superior de Música de Madri foram duas fontes inspiradoras para a tese, que deve ser concluída ainda este ano, por intermédio da Universidade Federal de Santa Catarina. “O pensador Confúcio disse que, para conhecermos uma sociedade, devemos também escutar a música produzida por essa sociedade. Afinal, ainda que nem todas as culturas humanas produzam escrita, certamente todos os povos cantam e dançam. É a forma de comunicação essencial que nos coloca em sintonia com o universo”, ressalta o professor Guilherme, satisfeito com os resultados obtidos até agora.

Durante os debates no Congresso, foram discutidos os principais desafios em sala de aula no século XXI, quando a falta de concentração e de estímulo ameaçam a construção do saber. Os conceitos da etnomusicologia foram apontados para serem usados como mediação entre os conteúdos pedagógicos abordados, os estudantes e as relações de aplicação na sociedade. O estímulo, segundo a pesquisa, pode partir do mundo sensorial – o mundo dos sentidos. A relação entre sons e ruídos pode ser trabalhada através de conceitos da etnomusicologia, ciência que estuda a relação entre música, sociedade e ambiente. Durante o fórum de debates, o professor Guilherme apresentou, ainda, algumas estratégias para o uso da música em sala de aula.  As dicas despertaram interesse do grupo:

  • Sugerir a alunos que toquem instrumentos musicais a pesquisarem sobre músicas relacionadas aos assuntos ou temas dos conteúdos a serem trabalhados em sala de aula.

  • Os alunos podem medir a quantidade de ruídos nos ambientes que frequentam.

  • O professor pode mediar a organização de uma peça de teatro, cuja trilha sonora e sonoplastia sejam elaboradas pelos alunos.

  • Musicar poesias, textos, imagens.

  • Pesquisar e organizar a produção de um audiovisual sobre assuntos interessantes e variados.

  • A partir da pesquisa e reflexão sobre os dados, compreender a diversidade cultural e as relações entre cultura e sociedade.

IMG_02381“As iniciativas que envolvem as linguagens musicais na formação humana devem ser cada vez mais estimuladas. A música abre novos canais de comunicação entre as pessoas, facilitando a compreensão dos conteúdos. Ela também tem a capacidade de transformar a realidade, unir as diversidades culturais e transportar nossa imaginação para lugares infinitos”, conclui o professor Guilherme Simões, um apaixonado pelos instrumentos musicais e pelas ferramentas que a música produz para facilitar os processos de contato e interação entre as pessoas.

Além do professor do Colégio Catarinense, cerca de 20 jesuítas e educadores da Rede Jesuíta de Educação estiveram presentes no Congresso. O próximo passo do professor Guilherme, na divulgação de seu projeto, será o México, em setembro. Lá ele participará de mais um congresso.

Link com o texto publicado na íntegra: http://anec.org.br/congresso/wp-content/uploads/sites/14/2015/07/ANAIS_CONGRESSO_2017_N2.pdf