Na manhã de segunda-feira (26), o papa Francisco concluiu com dois encontros políticos, sua visita em Jerusalém. O pontífice se encontrou com o Presidente do Estado de Israel, Shimon Peres, e participou de uma audiência privada com o Primeiro-Ministro, Benjamin Netanyahu.

A paz esteve novamente no centro do discurso de Francisco, que reconheceu no Presidente de Israel sua vocação de artífice de paz, assim como a da cidade de Jerusalém. “Que Jerusalém seja verdadeiramente a Cidade da paz! Que resplandeçam plenamente a sua identidade e o seu carácter sagrado, o seu valor religioso e cultural universal, como tesouro para toda a humanidade! Como é belo quando os peregrinos e os residentes podem aceder livremente aos Lugares Santos e participar das celebrações!”, afirmou Francisco.

A construção da paz, disse ainda o papa, exige, antes de mais nada, o respeito pela liberdade e a dignidade de cada pessoa humana. “Renovo os meus votos de que se evitem, por parte de todos, iniciativas e ações que contradizem a declarada vontade de chegar a um verdadeiro acordo e de que não nos cansemos de buscar a paz com determinação e coerência.”

Francisco apontou a violência e o terrorismo, a pretensão de impor o próprio ponto de vista em detrimento dos direitos alheios e o antissemitismo, como impedimentos para a paz. E concluiu: “Dirijo o meu pensamento a todos aqueles que sofrem as consequências das crises ainda abertas na região médio-oriental, para que o mais rápido possível sejam aliviadas as suas penas através de uma honrosa composição dos conflitos. Paz sobre Israel e em todo o Médio Oriente! Shalom!”

Francisco reza diante do Muro das Lamentações

Hoje (26), o papa Francisco também visitou o Muro Ocidental, conhecido como Muro das Lamentações. Como muito fiéis, o pontífice depositou um bilhete, escrito de próprio punho, com a oração do Pai-Nosso, em espanhol. As ruínas do antigo Templo de Jerusalém, construído por Salomão e reedificado por Herodes, é o lugar central de culto do judaísmo atualmente.

Depois, o pontífice visitou o Mausoléu de Theodor Herzl, fundador do Movimento Sionista, em 1897. No cemitério nacional de Israel, depositou uma coroa de flores, um gesto que, segundo a tradição, é feito durante as visitas oficiais.

A seguir, o Bispo de Roma visitou o vizinho Memorial de Yad Vashem, o Monumento do Holocausto, que contém algumas urnas, com cinzas de vítimas de vários campos de extermínio. No local, depositou uma coroa de flores, na presença de alguns sobreviventes da perseguição nazista.

“Lembrai-vos de nós na vossa misericórdia. Dai-nos a graça de nos envergonharmos daquilo que, como homens, fomos capazes de cometer; de nos envergonharmos desta máxima idolatria; de termos desprezado e destruído a nossa carne, aquela que vós formastes e vivificastes com o vosso sopro de vida. Nunca mais, Senhor! Nunca mais!”, concluiu o papa no pronunciamento.

Fonte: www.news.va

Fotos: L’Osservatore Romano/ www.facebook.com/news.va.en