No aniversário de Santo Inácio, Marco, Cleia, Fábio, Valmira, Tiago, Jane, Rodrigo e Lauro foram alguns dos colaboradores do Colégio Catarinense que comemoraram o dia em estado de gratidão. Confira, abaixo, o depoimento deles sobre a participação e a contribuição do fundador da Companhia de Jesus em suas vidas.

Jane sempre pautou sua vida na fé, mas revelou que algo mudou depois que conheceu as“Pegadas Inacianas”. Segundo ela, os exercícios espirituais foram muito importantes, juntamente com o silêncio interno e o encontro consigo. “No dia a dia, é muito difícil se concentrar e conversar com a própria alma. Foi em silêncio que fiz uma reflexão da minha fé e de sua dimensão em minha vida. Penso que todo ser humano está sempre se construindo, mas, se não para e reflete a respeito, perde um momento de inteireza, de abastecimento. É somente com essa parada que a gente reflete sobre o que realmente falta para caminhar com mais equilíbrio”.

Lauro busca a disciplina na “Oração”. “Nossa rotina é feita de corre-corre e, muitas vezes, não paramos para orar, para refletir. Depois que tive a experiência da meditação, procuro fazer isso sempre, pois acontece um turbilhão de coisas e só quando paramos é que nos damos conta dos lapsos e das faltas que ocorreram por falta de concentração. É preciso um olhar atencioso com tudo o que acontece ao nosso redor, principalmente quando estamos estressados”.

Quando Rodrigo começou a trabalhar no Colégio, só conhecia Santo Inácio pelo nome, mas assim que se entregou às Pegadas Inacianas 1 e 2, vivenciou um conceito que julga ser o mais marcante em sua trajetória de vida: a transformação. “Santo Inácio vinha de família rica e investia em questões não ligadas à espiritualidade. Conhecer a transformação que ocorreu em sua vida e as mudanças que ele causou na vida de outras pessoas foi revelador para mim. Acredito que o começo da história ninguém muda, mas, do dia de hoje pra frente, todo mundo tem a liberdade para construir e modificar a própria vida. É o que chamamos de Missão Transformadora”.

Tiago reflete que Santo Inácio é, em si, um exemplo. “Se tem uma palavra que enxergo em Santo Inácio é Doação. Abrir mão de uma alta patente no exército para se dedicar aos outros, deixar o conforto, após sofrer um ferimento grande na perna por causa da uma bala de canhão, e ainda se dedicar aos Exercícios Espirituais, faz dele uma inspiração para muitas pessoas, inclusive para mim. Dentro da sua dor, ele enxergou algo que não só o ajudou, mas que também ajudou os outros”.

Valmira fez os cinco tempos das Pegadas Inacianas e mais dois encontros com padres jesuítas, chamados Ondas. “Às vezes, falamos coisas e nem sentimos o que estamos dizendo. Depois que fiz os exercícios espirituais, aprendi a ficar comigo e a me escutar, a prestar atenção no que estou fazendo; isso é Meditação. Na cabeceira da minha cama, hoje, tenho um marcador de páginas que ganhei em uma das Pegadas a que fui. Lá, escrevi as coisas que desejava. Toda vez que leio, relembro e renovo a minha caminhada”.

Fábio entrou no Colégio como auxiliar administrativo, aos 16 anos de idade. Segundo ele, os ensinamentos de Santo Inácio foram um aprendizado ao longo de toda a sua vida pessoal e profissional. “A frase que mais reforço é Em tudo amar e servir. Busco vivê-la no meu dia a dia, com as pessoas com quem convivo e com a minha família”. Outro conceito presente na vida de Fábio é o Magis. “Sempre investi em uma boa formação, dedicando-me e dando o melhor de mim. Magis é a busca para ser o melhor, dar o melhor de si, para si e para os demais”.

Para Marco Tadeu, quando acontece algo que não é bom, ele usa o Discernimento. “Busco enxergar com sinceridade qual foi a minha participação naquele evento. Não culpo o outro pelo que acontece comigo, e isso mudou meu jeito de olhar o que acontece à minha volta. Eu sou o tipo de pessoa que dificilmente fica chateada ou brava. Procuro ter uma atitude positiva diante da vida, e Santo Inácio foi uma experiência muito enriquecedora pra mim”.

Cléia leva consigo, há um bom tempo, a frase “O ser para os demais”. Segundo ela, isso significa ajudar, estar à disposição, fazer pelo próximo, com gratuidade e doação. “Esse pensamento só é possível se nos tornarmos responsáveis pelo que acontece à nossa volta. A pedagogia que Santo Inácio desenvolveu nunca esteve tão atual e jamais foi tão necessária para a formação do futuro cidadão. A maioria das pessoas, quando tem um problema, procura os culpados. Aqui no Colégio, buscamos chamar o aluno para a responsabilidade, para que ele se coloque na situação e tenha uma visão exata e honesta sobre si mesmo”. Há 41 anos dedicando sua vida à educação, ela afirma que esse pensar foi o que a levou a escrever o projeto Municípios. “Eu pensava em como poderia trabalhar a formação da cidadania no aluno, porque ser cidadão é buscar o bem coletivo, e isso é essencialmente inaciano. Esse projeto leva o aluno a um município, para que desenvolva o sentimento de coletividade, enfatizando a importância da sua contribuição para o convívio com os demais. Quando uma família busca a educação em um Colégio, ela quer o melhor aprendizado para o seu filho, visando aos melhores resultados, vestibular, faculdade. Esse olhar responsável é que queremos para os nossos alunos, que olhem à sua volta, de modo que não fiquem centrados em si mesmos.”

Essas oito pessoas fazem parte do corpo administrativo e docente do Colégio Catarinense. Algumas você pode encontrar nos corredores do Colégio, na sala da Direção, na Coordenação, ou mesmo no ginásio. Todas têm em comum a vontade e o desejo real por um mundo melhor e mais justo, e cada uma delas trabalha para que isso aconteça.

Feliz Dia de Santo Inácio!