Celebrar Santo Inácio de Loyola é renovar o sentido da missão inaciana, que inspira a caminhada do Colégio Catarinense há 120 anos. No dia em que a Igreja celebra a memória do fundador da Companhia de Jesus, a comunidade educativa reuniu-se para a missa na Igreja Santa Catarina de Alexandria, presidida pelo diretor-geral do Colégio Catarinense e reitor da Igreja, Pe. Eduardo Roberto Severino, SJ.

Com a Igreja repleta, a celebração foi permeada por cantos e preces que expressaram gratidão e renovaram o compromisso com a espiritualidade inaciana. A data, celebrada como solenidade no calendário litúrgico da Companhia de Jesus, ganha ainda mais relevância este ano, em que o Colégio Catarinense comemora 120 anos de história em Florianópolis.

Durante a homilia, Pe. Eduardo destacou a atualidade do Evangelho de Lucas (9, 18-26), que narra o momento em que Jesus pergunta aos discípulos: “Quem as multidões dizem que eu sou?” e, em seguida, “E vós, quem dizeis que eu sou?”. A partir dessas perguntas, o reitor conduziu uma reflexão sobre o conhecimento de Jesus que se aprofunda na experiência pessoal — como aconteceu com Santo Inácio de Loyola, cuja vida deu uma guinada a partir de um encontro transformador com o Senhor.

“Do ponto de vista do discipulado, a resposta de ‘quem é Jesus’ deve estar isenta de influências vindas da opinião pública. Deve ser antes oriunda de experiência pessoal”, afirmou. Ele lembrou que Inácio, mesmo vindo de uma família religiosa, apenas aos 26 anos começou a trilhar o caminho de um seguimento mais íntimo e consciente de Jesus, passando do conhecimento que “advém do ouvir dizer” para aquele que nasce do “encontro, da convivência, da experiência”.

Pe. Eduardo explicou que o seguimento de Jesus exige transformação contínua e disponibilidade para uma escuta profunda, que vai além da primeira profissão de fé. “A resposta de Pedro marca o ponto alto do Evangelho. Ele professa a fé; contudo, precisará aprofundar, conhecer mais o que ele já professa”, disse. E complementou: “Mediante o que Jesus ouve como resposta, ele já anuncia sua Paixão. É o começo de um ensinamento personalizado aos discípulos.”

A homilia também relacionou a experiência dos primeiros discípulos com a missão dos cristãos hoje, especialmente no contexto educativo. “Quem perde a vida, como Jesus e por causa dele e da Boa Notícia, vai salvá-la”, recordou, citando o Evangelho. “Sendo assim, há apenas uma forma de ganhar a vida e salvá-la: doando-a como o Cristo de Deus.”

Ao final, reforçou o convite para que todos — a exemplo de Santo Inácio — abram-se ao dom de conhecer internamente o Senhor, “para mais amá-lo e melhor segui-lo”, como sugere a oração inaciana. “Nosso conhecimento do Cristo segue inacabado, incompleto, deficiente… inconcluso… Professada nossa fé, roguemos a Santo Inácio que interceda por nós e ofereçamos ao Senhor, como Inácio, nossa vida.”

A Semana Inaciana segue com outras atividades de formação e espiritualidade, convidando toda a comunidade educativa a redescobrir a alegria de ser parte de uma missão que ultrapassa os muros da escola e inspira-se no seguimento de Jesus, sustentada pelo espírito e pela missão de Santo Inácio de Loyola.