Ele tinha 1 ano e 4 meses quando foi acometido por um câncer chamado “rabdomiossarcoma”. Perto de completar 7 anos, juntamente com a mãe/avó, Juan Alves Vieira comemorou a vitória pela conquista da saúde.
Hoje pela manhã, 23 de novembro, Juan, agora com 16 anos, entrava nas salas do Colégio Catarinense para falar sobre O Dia Nacional de Combate ao Câncer Infanto–Juvenil. “Eu precisava falar para eles que o câncer pode acontecer com qualquer um. Existem sinais de alerta simples, que podem  identificar a doença cedo. É preciso apenas estar atento. Alguns alunos não acreditaram que eu pudesse ter tido câncer, então levantei minha camiseta e mostrei as cicatrizes da minha cirurgia”, revelou o adolescente que, além do depoimento, distribuiu panfletos, com  informações sobre como prevenir o câncer, e um laço dourado, símbolo da campanha.
Aluno da 2ª série, ele admite que, aos 10 anos, fez a pergunta que acredita que todos que passam por momentos muito difíceis fazem pelo menos uma vez: por que isso aconteceu comigo? Imediatamente, ele mesmo complementa o pensamento dizendo: “sabe, eu sou uma pessoa muito religiosa, tenho fé e acredito que existe um propósito para mim. Sei que há pessoas em situações piores, e isso me faz lembrar de agradecer. Às vezes me chateio por causa de uma nota de prova, mas aí lembro que estou bem, com saúde. E isso é o mais importante”.
Em uma das salas de aula, o aluno vitorioso sensibilizou não apenas a turma, mas também o professor. “Emocionei-me com a fala do Juan, passando de sala em sala, para conscientizar seus colegas sobre a importância da prevenção do câncer infantil. Seu depoimento foi muito tocante para mim, me fez refletir sobre a importância da vida e dos momentos em que não paramos para cuidar de nós mesmos. Cada vez mais fica a certeza: a prevenção é o melhor caminho”. Esse depoimento foi publicado pelo professor Delamare, responsável pela disciplina de Geografia, nesta manhã, na rede social do facebook. “Dela”, como é carinhosamente chamado pelos alunos, finalizou sua homenagem parabenizando o aluno Juan  pela nobre iniciativa, e ainda pediu que Deus o iluminasse hoje e sempre.
Além de passar nas salas de aula, Juan abraçou a campanha da AVOS – Associação de Voluntários de Saúde do Hospital Infantil Joana de Gusmão – , e  está nos folders que circulam pela cidade nesta semana. Nele existem informações sobre como identificar os sintomas e fazer um diagnóstico precoce, o que aumenta a chance de cura em 80%.

Voluntariado na AVOS

A AVOS foi fundada por um grupo de amigas, em agosto de 1975, no antigo Hospital Edite Gama Ramos, com o incentivo do médico Doutor Murillo Ronald Capella. Sua missão é atuar voluntariamente, de forma integrada aos objetivos do Hospital Infantil Joana de Gusmão, visando à qualidade de vida das crianças, adolescentes e seus familiares.
Para participar do grupo de voluntários da AVOS é preciso ter mais de 18 anos, fazer uma pré- inscrição, passar por um processo de recrutamento e seleção, participar de treinamento e de um estágio de dois meses. Há três categorias de voluntários: o Efetivo, o de Apoio e os Parceiros.
A AVOS também tem uma central de doações que funciona desde abril de 2011. É possível programar doações mensais ou participar contribuindo com roupas, brinquedos, produtos de higiene pessoal e alimentos não perecíveis para montar cestas básicas que são distribuídas para famílias necessitadas. Para entrar em contato com a Central de Doações, ligue para (48) 3348 6043 ou entre em contato pelo e-mail centraldedoacoes@avos.org.br

O que é o “rabdomiossarcoma”?

O “rabdomiossarcoma” é um tumor maligno (cancerígeno) que acomete crianças e jovens de até 18 anos e que se desenvolve nos músculos e em tecidos, mas que pode atingir qualquer área do corpo. Esse tumor é altamente agressivo, desenvolve-se e espalha-se rapidamente pelo corpo, sendo difícil de obter a cura. Seu diagnóstico é feito através de exame clínico, raios-X, tomografia computadorizada, ressonância magnética, e por fim a biópsia. O tumor pode aparecer na forma de um inchaço ou caroço nos músculos, muitas vezes não causa nenhuma dor e seu aparecimento pode coincidir com uma lesão recente.