O Brasil vem ganhando o reconhecimento internacional em vários esportes individuais e coletivos. A paixão provocada pelo futebol, porém, é inegável, mas muitas vezes ela é manifestada de forma violenta e estúpida, fazendo com que torcedores rivais, ou, às vezes, até da mesma equipe, cometam atos de agressão e vandalismo.

Saber conviver com as diferenças, no entanto, é exigência de um mundo cada vez mais complexo e diversificado. São diferenças de credo e política, diferenças físicas, como a etnia e o biotipo, classes sociais e culturais, e tantas outras que poderíamos elencar.

Nesse contexto, a diferença com relação às preferências por clubes de futebol podem parecer insignificantes, mas, diferentemente disso, o Brasil ostenta o título de país onde, na atualidade, mais conflitos (e até mortes) acontecem em virtude do futebol. Em consideração a essa realidade, cabe-nos, como educadores para o presente e o futuro, buscar formas criativas de trabalhar as diferenças, contribuindo para que nossos alunos aprendam a ver no outro um ser semelhante que tem percepções, gostos, costumes, paixões e afetos diferentes dos seus, a fim de perceber que, a diferença não é uma ameaça, mas uma oportunidade de crescimento. Saber ver o outro na plenitude de sua dignidade significa ir além de todas as diferenças e reconhecê-lo como irmão.

Por isso, para fazermos uma experiência prática de superação das diferenças, vamos propor aos nossos alunos o “Dia do Futebol”, ou seja, uma data por mês (a primeira segunda-feira de junho e de julho), na qual os alunos poderão trocar a camisa do uniforme pela camisa do seu time de futebol. Os alunos que não desejarem vir com a camisa do seu time de futebol deverão vir normalmente com a camisa do uniforme, mas não será permitido vir com camisas de times de outros esportes.

Dessa forma, queremos contribuir para que torcedores de equipes de futebol diferentes se vejam em um mesmo espaço, compartilhando, além do futebol, as mesmas alegrias, angústias ou inquietações.

Esperamos contar com a sua colaboração e participação.

 Atenciosamente,

Pe. Mário Sündermann, SJ

Diretor-geral